
O que é consumismo?
Você já ouvir falar sobre a palavra “consumismo”? Ela possui ligações com aquela palavrinha saudável que conhecemos como “consumo”, mas na versão desenfreada.
Hoje, se valoriza muito mais a compra para bem-estar que com finalidade para própria necessidade humana. Vemos muitas pessoas que vivem postando aquele tão desejado sapato nas redes sociais, ou o tão desejado smartphone do momento, que por trás das telas está parcelado em 5, 10 ou até 20x, apenas para suprir a vontade de consumir mais e mais. Isso é um exemplo super clássico de consumismo, dentre outros tantos que nos cercam diariamente. O que vamos entender hoje é como e por qual motivo o consumo "passa do ponto", podendo evoluir até para quadros graves de doenças e trazer danos tremendos a saúde do individuo.
Consumo ou consumismo?
O consumo está ligado a itens de sobrevivência indispensáveis para a vida: água, comida e energia. Através do consumo nós mostramos nossas preferências e vontades. Já o consumismo é a compra de produtos desnecessários: mais um sapato, um anel de ouro... Um indivíduo consumista compra de forma inconsciente e alienada, não avaliando as consequências sociais e ambientais.
O consumismo pode evoluir, em alguns casos, para uma síndrome chamada Diógenes, na qual a pessoa é extremamente apegada nos bens materiais e não consegue abrir mão dos antigos nem muito menos parar de adquirir novos.
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TIPOS DE CONSUMO
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compras de rotina: coisas que compramos com frequência, com um preço mais baixo e de rápida escolha. Ex.: compras de mercado.
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compras com valor limitado: compras feitas menos vezes, de valores mais altos e que exigem uma pesquisa para a tomada da melhor decisão. Ex.: compra de celular.
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compras de alto valor: pesquisas minuciosas serão feitas e fatores psicológicos provavelmente afetaram na escolha. Ex.: compra de casa.
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compra impulsiva: não planejadas, independente do valor.
Quer saber se você é um comprador impulsivo?

O QUE CAUSA O CONSUMISMO?
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Obsolescência programada: Palavra difícil né? Relaxa. Isso é simplesmente uma estratégia das empresas para fazerem seus produtos durarem menos, logo, fazendo com que você adquira um novo.
Existem duas versões dela: obsolescência técnica (o item para de funcionar, te obrigando a adquirir outro) e a psicológica (o dono do item o considera ultrapassado, mesmo ele estando em perfeito funcionamento). Aquela empresa da maçã mordida, sabe?! É um exemplo de empresa que brinca bastante com a obsolescência psicológica.
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Indústria Cultural: Não é segredo para ninguém que são impostos padrões de comportamentos de consumo pela mídia, não é mesmo? Então, os anúncios publicitários nos fazem crer, todos os dias, que o vazio e a insatisfação de algumas pessoas são magicamente resolvidos ao consumir.
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QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS?
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Consequências ambientais: Segundo estudos da World Wide Fund for Nature (WWF), 50% de recursos são explorados a mais do que o planeta pode repor. Preocupante, não? Pois é, quanto maior a procura, maior a necessidade de produzir... Além disso, o descarte dos resíduos cresce exponencialmente também, aumentando a produção tanto de lixo comum quanto de lixo eletrônico.
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Consequências sociais: Muitas pessoas ligam felicidade e satisfação ao ato da compra, e isso pode acabar se tornando uma compulsão ou até doença.
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Consequências econômicas: Consumir descontroladamente chega a gerar um excesso de dívidas, o que é fatal para a sua saúde financeira.

QUANDO O CONSUMISMO SE TORNA DOENÇA?
Para chegar a nível doentio, o consumismo precisa ser uma grande parte da vida e dos pensamentos do indivíduo, a ponto de colocar em risco todas as outras áreas. Virando um ciclo vicioso, pode desencadear doenças como: depressão, síndrome do pânico, oneomania, entre outras.
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Oneomania (consumo compulsivo): quem sofre deste transtorno geralmente se empolga com a compra na hora de efetuá-la, mas ao chegar em casa perde o interesse rapidamente pelo produto em si. É comum o uso de justificativas para as compras em excesso como: “tive um dia ruim”, “eu mereço”, etc....
Além disso, com o vício vem o endividamento muitas vezes. E o comprometimento das finanças mexe com muitas outras partes que não o dinheiro somente: tem-se vergonha das cobranças, medo de que o pessoal do trabalho descubra, ou ainda, medo de ficarem desempregadas e não conseguirem se recolocar por conta do “nome sujo”, sentimento de angústia, insônia, pânico, raiva pelas restrições, e por ai vai.
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QUAL O TRATAMENTO PARA O CONSUMO EM EXAGERO?
Cabe aos profissionais da saúde ajudar não só na questão individual, como também informar e instigar reflexões. Então, se você se identificou com algum dos sintomas procure um profissional especializado... No geral, o tratamento engloba psicoterapia com medicamentos (antidepressivos, ansiolíticos ou ambos). A presença em grupos de apoio é crucial, como o Devedores Anônimos, por exemplo.
QUAIS AS MINHAS ALTERNATIVAS?
Se você está procurando mudar seus hábitos ou renovar suas formas de consumo, ai vão algumas dicas...
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Se questione: Necessito? Quero? Tenho dinheiro? Se eu passar no cartão de crédito, terei como pagar depois? Eu realmente vou usar este produto? Antes de comprar, avalie todos os pontos e pesquise preços.
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Não compre por alívio: Não se deixe levar por um sentimento momentâneo, pois o arrependimento não invalidará as dividas.
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Consumo Consciente:
- Lowsumerism: ao comprar uma camisa, por exemplo, procure sobre o material usado na fabricação, o processo produtivo, se agregará algo à sua vida e assim por diante.
- Consumo ético: questionar o uso de transgênicos, agrotóxicos e animais em processos produtivos, o ciclo de vida de produto extremamente reduzido, entre outras medidas que afetam o meio ambiente.
DICAS DE CONTEÚDOS SOBRE CONSUMISMO
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A História das Coisas (Story of Stuff, 2007)
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Criança, a alma do negócio (2008)
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Comprar, Tirar, Comprar (2010)
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Amor por contrato (The Joneses)
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Delírios de Consumo de Becky Bloom